A sepse é uma das maiores causas de morte nos hospitais e representa um enorme desafio para os sistemas de saúde no mundo todo. Mas será que os números que temos refletem a realidade? Um estudo recente realizado no Distrito Federal levantou uma questão preocupante: os registros oficiais sobre mortes por sepse podem estar errados — e por muito.
Em 2018, mais de 6 mil declarações de óbito foram analisadas, e os resultados chamam a atenção: das 233 mortes inicialmente atribuídas à sepse, apenas 35 casos foram realmente confirmados após investigação criteriosa feita por uma equipe especializada. A precisão dos dados foi tão baixa que a sensibilidade do diagnóstico de sepse como causa básica de óbito foi de apenas 0,9%.
O que isso significa na prática? Que a maioria das mortes registradas como sepse pode, na verdade, ter tido outras causas, e que os profissionais de saúde enfrentam dificuldades — ou falta de recursos — para preencher corretamente as declarações de óbito.
Esse achado levanta debates urgentes sobre a qualidade dos nossos dados de saúde, a formação médica e o impacto direto disso em políticas públicas e no cuidado com os pacientes mais vulneráveis, como idosos e imunossuprimidos.
Quer entender melhor por que a sepse ainda é um "garbage code" nas estatísticas e o que pode ser feito para mudar esse cenário?
Confira o estudo completo e mergulhe nessa análise essencial para a saúde pública: https://doi.org/10.17058/reci.v13i1.17621
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