Durante a pandemia de COVID-19, os hospitais enfrentaram não apenas os desafios da infecção viral em si, mas também um cenário silencioso e preocupante: o aumento no uso de antimicrobianos e, com ele, o avanço da resistência bacteriana. Em um momento de incerteza sobre os protocolos terapêuticos ideais, muitos pacientes receberam antibióticos de forma empírica, como tentativa de conter possíveis infecções secundárias — uma medida compreensível, mas que pode ter gerado consequências a longo prazo.
Um estudo recente buscou entender melhor esse fenômeno ao investigar a prevalência de infecções bacterianas em pacientes internados com COVID-19, além de mapear o perfil de resistência aos antimicrobianos encontrados nesses casos. A pesquisa, conduzida a partir da análise de prontuários médicos, revelou dados que merecem atenção: embora apenas 9,7% dos pacientes com suspeita de coinfecção bacteriana tenham sido confirmados por culturas positivas, mais de 80% deles foram submetidos a tratamento antibiótico, com uma taxa significativa de bactérias resistentes — e até mesmo multirresistentes.
Esses resultados levantam um alerta importante sobre o impacto indireto da pandemia no controle de infecções hospitalares e no uso racional de medicamentos. O estudo destaca a urgência de reforçar políticas de prevenção, vigilância microbiológica e manejo criterioso na prescrição de antibióticos.
Para mais informações acesse: https://doi.org/10.17058/reci.v14i1.18336
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